domingo, 26 de abril de 2020

PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÕES

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Faz tempos que não passo por aqui. Faz tempo que não tenho estado na energia que propus para este lugar. Mas, tudo tem seu tempo, creio que agora eu tenha o que dizer neste espaço.
O processo de casulo dos seres humanos é muito mais longo que o da lagarta devido à nossa complexidade como seres que habitam esse planeta.  Além do tempo, tem a diferença da manifestação do resultado em sua modalidade de presença, de notabilidade. A nossa transformação se manifesta no sentir, na percepção e é vista por nossas ações.
Tenho nos últimos três anos passado por mudanças estruturais como ser humano. Mudanças de modo de ver a mim e o mundo como ser social e espiritual. Não me refiro a religião, mas ao amadurecimento como indivíduo em todos os seus aspectos, e não sem sofrimento; o crescimento na forma com a qual digerimos o que nos acontece. Todo processo de mudança implica em dor, silêncio e escuridão dentro de um contexto de incertezas e inseguranças que é  a forma de nossa existência em essência.
Venho disso, de um processo doloroso de perdas e conquistas, de desconstrução de crenças e de quebras de lastros pessoais de vida, de revolução interna, de virar de ponta-a-cabeça, de aprendizados potentes - dentre eles, o assumir a impotência diante da vida, dos planos os quais fazemos - o de reconhecimento de minha pequenez diante de todas as forças que envolvem nossos destinos, de mudanças de foco na visão de mundo.
Meu processo não está no fim, está no meio. Lugar de onde já consigo falar, fazer conexões, ensaiar entendimentos, identificar o próprio processo e tentar atribuir-lhe propósitos. Propósitos esses que, não fui eu quem os escolheu. Mas, que invento sua função pelo que aprendo no meio do caminho.
Com tudo o que o mundo passa hoje relativo aos aspectos de saúde, políticos e econômicos (os três intimamente ligados por uma pandemia) percebo que todos os processos de mudanças estão conectados. Somos parte de um todo e para que o todo mude esse processo começa na parte. 
Após dois anos e três meses distante desse sítio por não estar vibrando com o proposto, vejo-me, novamente, ressurgindo das cinzas. Orgulho-me de ter respeitado esse tempo, de não ter insistido em uma frequência de postagens que destoariam da vibração do espaço e da proposta. Mais, ainda me orgulho de ter sobrevivido, de ter aprendido a aceitar que sou apenas uma engrenagem num mundo maior. Melhor, uma pequena parte dele.
Seja lá pelo que estejamos a viver neste momento - é não é pouca coisa - é necessário. Mais do que isso, merecemos. Saber aceitar isso é a condição para atravessarmos esse túnel escuro e chegarmos do outro lado melhores do que entramos.
Viva a ordem aleatória das coisas!...que para nós parecem aleatória mas, que estão na ordem do dia há muito tempo e que são ditadas por nossas escolhas em nossas jornadas - refiro-me à humanidade - e pela capacidade que temos de nos melhorarmos, quer o façamos ou não.
Viva essa jornada!... como todos os aprendizados que temos que adquirir, com todas as mudanças pelas quais temos que passar. 
Que nos resignemos aos aprendizados da vida! O momento do planeta, possivelmente, seja esse. Há muito o que aprender nesse momento pelo qual passamos.