quarta-feira, 27 de julho de 2022

Corpo de comida

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Fonte: consciousplanet.org

Há pouco menos de um mês o guru indiano Saghguru terminou uma jornada de conscientização sobre o solo do planeta, o corpo físico de nossa mãe Gaia. Geradora de nossos veículos de experiência nessa existência, costureira de nossas roupas e de nossos corpos.

Pensamos tão pouco nisso....nem pensamos, não é mesmo? Nos atemos em quase nada ao processo sutil que nos trouxe até aqui. O biológico/material conhecemos, acreditamos, professamos, defendemos e o transformamos na mais pura realidade. O sutil/espiritual, não. Não é real, é só elucubração. E se for o contrário? Imaginemos por um momento essa ordem de coisas.  O aspecto biológico, o nosso cercadinho de 'explicações' limitadas, com a nossa mente e visão de uma existência que não compreendemos, como ilusão. E o sutil, como sendo o real. Justamente, por ser perene, eterno e constante. (pensemos neste critério para realidade). 

O que é quem vemos no espelho quando nos pomos diante dele? Um corpo tecido pelas refeições de nossa mãe biológica, com alimentos produzidos pela mãe sutil. Essa (a terra), fisicamente, bem real, concreta, materializada em um corpo imenso e cheio de vida. Vida presente no solo, nas águas dos oceanos e rios e no prana do ar, o nosso combustível. Cinco minutos sem ele e a conexão com essa 'roupa' se rompe ou apresentará problemas para o resto da vida. O corpo tecido célula a célula pela produção desse solo, concebida ali, nascida ali, criada ali numa doação magnânima é entregue a 'esse  nós' que passa a habitá-lo. Tudo isso dado de presente amorosamente para vivermos o que precisarmos e para aprendermos as lições que temos que aprender, na justa medida. Nem mais, nem menos. É como se fôssemos fagulhas divinas teletransportadas para este mundo para experienciá-lo através deste presente. Isso é amor! 

Somos verrugas ambulantes de amor sobre esse corpo celeste/divino, passeando por sua superfície, criados por ELA (ela, fêmina), alimentados ELA, amados por ELA  (se não fôssemos já teríamos sidos extintos....haja amor!) e amparados por  ELA. [embora, eu acredite que um dia essa paciência e misericórdia vão acabar, rsrs]. Tudo o que temos que fazer, ao longo da jornada é amar, se estivermos aprendendo a lição; e ao final é devolver a roupa, sem cheque caução. 

Vemos nossa fonte de vida como recurso. No nosso estado de cegueira, olhamos para o mundo/planeta e nos perguntamos: ISTO, me serve para quê?  Somos esse ISTO. Enquanto não desenvolvermo-nos - seguindo o entendimento desse conceito amoroso de doação - voltaremos e receberemos todos os presentes de novo, e de novo, até aprendermos a amar. Até parearmos nossa vibração com a dessa mãe esplendorosa e fazermos a tudo o que nos cerca, o que ela fez conosco: conceder crédito, oportunidade, compaixão e misericórdia*. 

Nosso dever de casa é: aprendermos a cuidar do solo que nos dá o invólucro; zelarmos pelo nosso corpo em agradecimento pela benesse de tê-lo; amarmos outras espécies  com níveis de consciência diferente do nosso - filhos de nossa mãe, logo, nossos irmãos; reconhecermos e respeitarmos a senciência dos outros seres; e reconhecermos que COMPOMOS este ambiente que nos recebe, entendendo que SOMOS UM. Se não reconhecemos esse amor, não significa que ele não exista. Talvez, seja porque não o estamos enxergando; se não sentimos esse amor, não significa que ele não exista. Talvez, seja porque nossa atenção (nosso direcionamento de consciência) esteja em outra perspectiva: a do corpo de comida. Essa ausência de presença significa que nossa identificação está localizada na ilusão, naquela persona que não permanece. Significa que estamos focados naquilo que será devolvido e não naquilo que ocupa esse transitório. Enquanto assim for, produziremos dor em nós, nos outros e em tudo o que nos cerca. E, enquanto isso se der, receberemos o que produzirmos. Nosso poder criativo de fagulha divina assim procede e não há nada que nossa mãe (gaia) possa fazer. O dia em que vibrarmos com o conteúdo do veículo que possuímos, estaremos vibrando com essa mãe de amor.

Somos um pouco filhos pródigos. Para aprendermos a lição temos que tomar uma sova (às vezes nem assim adianta) e o pai/mãe que ama respeita nossa decisão (haja lombo para arcar com os preços de nossas decisões equivocadas!). O que não significa que deixou de ser amor..... e, amor com autossacrifício.  Porque nessa jornada de equívocos, matamos o corpo físico de nossa mãe todos os dias, matamos e torturamos seus outros filhos todos os dias. Por preferirmos olharmo-nos através de nossos corpos de comida, medirmo-nos por nossos corpos de comida, emproarmo-nos através de nossos corpos de comida.  E ela continua lá.... acreditando em nós e tecendo corpos todos os dias, alimentando corpos todos os dias. [eu não gostaria de ver essa mãe zangada]. Para depois de toda uma saga de equívocos, devolvermo-lo à ela, impreterivelmente.

E, quem sabe, nesse momento derradeiro, descubramos que estaremos conosco mesmo (àquele a quem a gente não conhece nem quis conhecer) por toda a eternidade;  possivelmente, ali, fiquemos sabendo que nos foi dado crédito e confiança em nossa capacidade de evolução e descobriremos se correspondemos à altura, ou não; quem sabe neste momento com Anubis, compreendamos, factualmente, que TUDO vem da mesma fonte, e ela está NÓS; quem sabe ali, entendamos que não existe separação entre EU, VOCÊ, NÓS e TUDO. E, por fim, verificaremos que o que pensamos que somos, ela vai tomar de volta. Que este ente que pensamos ser nós, não era nem nós, nem nosso. Era só um corpo de comida... e emprestado.

VIVENCIE!!!



  



*amor sem merecimento