quinta-feira, 2 de junho de 2022

O Amor

Partilhar

 


Francisco Cândido Xavier, mais conhecido como Chico Xavier, é uma alma gigante que conviveu conosco durante quase todo o século XX. O médium nos deixou uma obra extensa sobre amor e caridade, além de seu próprio exemplo, nela tem um poema espetacular sobre o amor. Escrito dentro de um arcabouço literário da época, e assim deveria ser para que fosse lido e entendido pelos daquele tempo, nos traz um painel bem factível do que seria a possibilidade de entendimento do amor por animais humanos. Assim diz o escrito de Chico Xavier, intitulado "Sentimento de Amor":

A virtude mais sublime é o Amor,

E o homem traz em sua criação.

Conduz os sentimentos passo-a-passo

Retrata em cada um a evolução.

O Amor está na fé e na esperança.

O Amor que busca a Deus, é a oração.

O Amor quando analisa, é escudo.

O Amor quando pondera, é razão.

Na ciência, o Amor está investigando,

No trabalho, faz a edificação.

A verdade, é o Amor que se eterniza,

Fraternidade, é o Amor em expansão,

Orgulho, é o Amor que enlouquece,

Quando está sem equilíbrio, é paixão,

O Amor que se desvaira, é ciúme, 

Desespero, é Amor na contramão.

Se o Amor fica doente, vira ódio,

Sensualismo, é o Amor com ilusão.

Renúncia, é o Amor que depura,

O Ideal é o Amor em elevação

Filosofia é o Amor que está pensando,

Na caridade, é auxílio e proteção, 

Simpatia, é o Amor que está sorrindo, 

Os sentimentos são o Amor em construção.


Somos amor, viemos do puro amor, e à medida que nos fractamos, nos dividimos para cabermos nessa existência, nesta roupa fantástica, nesse corpo perfeito. Nos distanciamos, nos contaminamos com vibração densa, entramos em confusão sobre quem somos, o que somos e nos esquecemos de nossa origem, de nós, do UM que somos com a fonte. A busca por entendermos o que somos, quem somos, e o que é o contexto no qual estamos inseridos é, possivelmente, nossa tarefa nessa existência. Mas, no meio da caminho nos distraímos, nos identificando com o corpo, com o cenário, com o roteiros e ainda somos atores indisciplinados e insubordinados para com o diretor do filme que concordamos em atuar.

Segundo as leis universais, aquelas pelas quais o universo é regido, compiladas pelos povos antigos (egípcios, fenícios, maias, e outros) e descritas nos escritos de Hermes Trimegistos* nos fala sobre a unidade divina. Sobre tudo ter uma única origem, com a qual tudo está conectado. Pela lei da polaridade (4ª lei), tudo é dual, tem extremos de uma mesma vibração. Logo, transmutar e ir para o lado oposto da frequência. A transmutação nos possibilita na mesma polaridade  amor/ódio; alegria/tristeza ir dentro dessa linearidade de uma ponta a outra. Pois segundo a lei da vibração (3ª lei) nada está parado, tudo vibra. 

Colocar-se na disposição da fonte criativa dentro desses princípios nos possibilita viver junto, co-habitar com tudo e todos, entender o limite do outro. Entender e receber o que o outro tem para oferecer, do jeito que ele pode oferecer. Compreender que ninguém dá o que não tem. Se percebemos que temos mais, mais deveremos oferecer, demos mais. Isto é justiça, recebemos mais, damos mais. Doemos mais amor, mais força, mais inteligência, mais recursos. Se não temos tanto, demos o que temos e recebamos o que nos falta. Recebamos mais amor, mais recursos, mais tudo. Este é um recebimento de aprendizagem, de exemplos, de humildade. Sejamos aprendizes por imitação, Aprendamos a desenvolver a admiração. Tudo isso é um processo de entendimento da energia do dar e do receber.

O que mais precisamos hoje é de dar e receber AMOR. O Amor é a força motriz que constrói tudo, tudo o que temos. De nossos corpos perfeitos dados pelo cosmos e pela terra às nossas habitações que também vieram do amor como ideia de proteção, de ajuntamento e afeto.

Mas, é mal? Se tudo é amor.... como se explicaria o mal? Filosoficamente seria a distância dessa fonte original de amor. Quanto mais longe, mais triste, mais frio, mais dor, mais sofrimento, mais raiva, mais guerra, mais prantos, mais atrocidades e mais injustiças.

O movimento de mudança é o de retorno a essa fonte, retorno para essa luz, de volta para casa, de recebimento desse conhecimento, desse alimento da alma, que é nosso verdadeiro ser. O grande Avatar Sananda (Cristo) nos deu a dica a tempos...."Amai-vos uns aos outros" Amemos a nós mesmo, ao outro, o nosso entorno, amemos o meio em que vivemos, amemos os animais não-humanos que nos cercam e os distantes, amemos as pessoas que nos rodeiam e aquelas de outros povos, culturas e lugares com todas as suas diferenças; pessoas boas ou não, compatíveis com nossas ideias ou não, agradáveis ou não. Pois, estar ou não estar em conexão com esta fonte é que nos faz desarmônicos, isto serve para todos, incluindo a nós mesmos.

Saibamos que a luz do sol que recebemos veio do Amor, que as águas que banham a terra e nos proporcionam vida, vieram do Amor, que a terra que nos dá alimento de graça (sim, de graça) veio do Amor, o ar que respiramos, veio do Amor. Recebamos este Amor, cuidemos desse Amor, zelemos por esse Amor, desfrutemos desse Amor, emanemos esse Amor. O Amor é a cura para fome, para a dor, para a tristeza, para todo o tipo de sofrimento e de tudo que nosso planeta é refém através de nós. 

Abramos nosso coração à compaixão, à misericórdia e ao perdão. Esses são os portões de amor ao alcance da vontade e das ações dos animais humanos, a partir daí, o resto vem. Pois através de nossa volição e livre arbítrio teremos dado o passa para diminuir essa longa distância entre nós e a fonte criadora, Pai-Mãe, Amor puro. E, a luz se fará... 

A luz clareará nossas mentes, nossos corações e seremos capazes de amar a nós, ao outro, à natureza, aos animais não-humanos, à nossa mãe terra com seus mananciais amorosos. E, assim, nos tornaremos dignos desse amor e seremos um com ele.... Esse é, possivelmente, o objetivo de toda essa jornada. Porque AMOR  é tudo o que há.



*Legislador egípcio e filósofo que viveu entre 1.500 a 2.500 A.C