domingo, 30 de dezembro de 2012

SENTIMENTO DO MUNDO

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Às vezes tenho vontade de abraçar o mundo, 
De inventar um jeito de ser grata.
Grata por fazer parte de uma construção.
Uma construção de aprendizados e gentilezas.
Aprendizados de convivências, de conecções, de links, de resgates, de feridas curadas, de competências aplicadas, de vida em movimento.
De gentilezas: silenciosas, discretas, resignadas.
De perdões, de crescimentos, de sublimações, de estabilizações, de restabelecimentos, de reconstruções.
Tenho vontade de abraçar o mundo.....
Me orgulho de fazer parte dessa grande massa que evolui, que muda, que melhora.
Tenho prazer em ser parte integrante de algo, que não importa se eu tenha capacidade pra definir, pra conceituar, mas fazer parte de algo que consigo ver, sentir e viver.
Me orgulho de ter olhos de ver , alma de sentir e oportunidade de testemunhar ações boas, lidares retos, atitudes nobres, usos de potenciais para o bem.
Gosto de, no meu limite de entendimento, conectar o que sinto com o que vejo, de ligá-los em níveis de profundidade e abrangência, mesmo que só eu entenda e  que numa lingua/linguagem convencionada, codificada seja intraduzível, sem condições de expressão em palavras, mas que a emoção, a expressão do choro, do sorriso, do abraço dê conta de definir, de traduzir, de interpretar....Tenho vontade de  abraçar o mundo!
Como dizia Drumond......"Tenho em mim todo o sentimento do mundo".
                                                                         
 FELIZ ANO NOVO!

domingo, 23 de dezembro de 2012

O BÓSON DE HIGGS, A MATÉRIA ESCURA E A FÉ

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 Nota: O texto abaixo não se pretende acadêmico, nem pró ou contra ciência ou religião é apenas uma reflexão a que todo cidadão tem o direito de fazer e deveria. Da série: pensar é bom.



Desde a muito fé e ciência são áreas distintas, quadrados separados e uma discussão com várias nuances em abrangência e profundidade. Mas todos nós vivemos na intercecção entre os dois. Todos nós precisamos/usamos as benesses oferecidas pela ciência (vôos comerciais, remédios de última geração, informações sobre qualidade de vida, descobertas sobre nutrição, equipamentos hospitalares e etc...) e também usamos confessamente ou não os apetrechos da fé ( o santinho na carteira,  o crucifixo no alto da cabeceira da cama, o rosário no pescoço, aquele sinal da cruz quando passa em frente a igrejas ou cemitérios, ou o famoso Valha-me Deus! na hora do perigo - até ateu confesso o faz), atribuimos  como milagre tudo o que não explicamos lógicamente e em algum momento quando o bicho pega vamos a uma igreja, centro espírita, terreiro, sinagoga, mesquita e tal. Há também aqueles que se autoproclamam agnósticos, os que não acreditam em nada, seja por considerar os fenômenos sobrenaturais inacessíveis a compreensão humana ou por achar que é melhor não perder tempo com alguma coisa que não tem uma explicação lógica ou por achar que depois da vida terrena tem nada. Não importa,  também fazem parte da conta.
A religião já teve seu tempo de dominação - a idade média. A ciência também, o renascimento, a era industrial, o progresso tecnólogico e à medida que o tempo passa os dois irmãos opostos - Esaú e jacó - se aproximam cada vez mais; que o diga a  física quântica ou mecânica quântica  ( saiba mais) que embrica em dado momento ciência,  filosofia e espiritualidade.
Este ano tivemos a descoberta científica mais esperada dos últimos 40 anos - o bóson de Higgs   ou "particula de Deus" - (veja) que explica ou justifica ou prova a composição e funcionamento de toda matéria visível e invisível - subatômica.   (como funciona)
Mas não é só isso, tem também  a matéria escura...é. Trata-se do principal componente do universo, compõe aproximadamente 95% do mesmo, que é inivisível e que não se sabe exatamente o que é (certifique-se) mas que investimos tempo, recursos financeiros, recursos humanos e etc...para descobrirmos o que não sabemos nem por onde começar. (confira!)

Todos esses elementos tem algo em comum com a fé, a imaginação. Não vimos, não fotografamos, idealizamos, ninguém sabe até que ponto os cálculos (instrumento de comprovação exata) são tendenciosos ou não. A fé é definida no livro Aos Hebreus, escrito pelo apóstolo póstumo Paulo de Tarso como "firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem" .
Qual a diferença entre o princípio de construção do "acreditar" que a ciência postula e o da fé? Aquele em que se acredita naquilo que não se vê mas que se espera? Não é essa uma definição histórico/religiosa? Qual a diferença entre acreditar no bóson de Higgs  e na matéria escura e a fé cega em algum feito religioso?  Talvez seja o mesmo "princípio ativo da droga" agindo em indivíduos de diferentes estirpes, um do alto de sua construção  metodológica/científica, com cálculos e pesquisas o outro do alto de sua construção cega, sem necessidades de explicações e comprovações.
No natal comemoramos o nascimento de um cara que no mundo religioso-cristão é o filho de Deus encarnado, que morreu e ressucitou; no mundo religioso-não-cristão um avatar que foi uma marco na história da humanidade; no mundo histórico/científico um indivíduo com papel extremamente importante sob os  aspectos filosóficos e políticos. Mas de qualquer forma lembramos um cara que não vimos, que não fotografamos, que só ouvimos falar e que sob nossas diretrizes pessoais o pomos em algum lugar de nossas crenças.
Fica bonito quando a gente não põe o nome de fé, não é? Essa é a nossa realidade, nossas questões, nosso quebra-cabeças. Fé soa ignorante, cego, sem fundamento, sem uso de inteligência...... Tenha o nome que tiver a usamos sempre e para tudo. Logo, em "cientificês" "agnostiquês" e "ignorantês" FELIZ NATAL!




domingo, 9 de dezembro de 2012

INTERFERÊNCIAS

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O saudoso Oscar Niemeyer dizia que "A vida é um livro em que você vem para escrever algumas páginas e depois vai embora" . Possivelmente para esta obra escolhemos aguns passamentos com lições a serem aprendidas, com cenas a serem vividas, com perigos a serem enfrentados, com entreveros a serem evitados, com normas e regras a serem seguidos/obedecidos em um veículo que está sujeito a influências.
Uma história com objetivo de melhora, de evolução, de clareza na forma de ver, de sentir, de perceber, de ser,  de compreender. Mas com dribles a serem executados, com jogadas a serem aprendidas. 
Uma história longa, muito longa, na verdade eterna, dividida em atos e que é só nossa, é pessoal, intransferível, inalienável; com grandes rios ricos de vida, de possibilidades, de movimento e que têm afluentes; os caminhos têm estradas paralelas, desvios de percurso  e "atalhos".
A escolha dessas pequenas estradas e afluêntes a serem percorridos nos define e imprime a nossa digital de evolução. As interferências sempre estarão no nível das emoções, de algo que é muito profundo e definitivo. As mágoas, as anestesias, as fugas, as distrações, as alienações fazem parte do processo e a dosagem é à nossa escolha.
As interferências existem para que desenvolvamos a aguda percepção delas e observando-as, lenta e silenciosamente consigamos dribrá-las e sigamos com a nossa história. Evitá-las é impossível, o objetivo é identificá-las e administrá-las até que não mais estejam lá, que significa que já caminhamos o suficiente para que  sejam passado.
Na história que nos propusemos escrever, evitar as anestesias e as energias que não vibram com as nossas, talvez seja um bom método para lidar com as interferências que são inerentes a essa forma de existência, a humana.
Escrevamos páginas que valham a pena serem lidas, até porque, exemplos não nos faltam.

sábado, 1 de dezembro de 2012

A MÃE DO HERÓI

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Mãe é aquela de quem a gente lembra sempre e os outros também, em jogo de futebol, então!!!
Lembramos, nós e os outros, no dia das mães, nas brigas da escola, num desaforo na rua, numa topada, mas na hora da glória pouca gente lembra, fala ou se  remete a ela.
Por esses dias foi eleito presidente do Supremo Tribunal Federal, Vossa Excelência, o já ministro da casa, Joaquim Benedito Barbosa Gomes, nascido em Paracatu, Minas Gerais e filho da D. Benedita.
Um afrodescendente  oriundo de classe desfavorecida - pai pedreiro e mãe dona de casa - num país cujo marco do preconceito é a discriminação social e a reboque dela todas as outras: a racial, de gênero, de orientação sexual e etc...
Neste contexto penso na MÃE, sim, na mãe do ministro. Porque até o filhote sair do ninho, as orientações, a formação de caráter, o aparar de arestas da personalidade, a noção de civilidade, de sociabilidade é dada pela família, leia-se a mãe, salvo as exceções. E fico imaginando os conselhos depois das brigas na escola, dos bullyings - porque isso não é de hoje - as decepções normais com as meninas na adolescência e os conselhos de D. Benedita. Que mulher! que visão de vida! Que disciplina! que sabedoria!O que se faz depois que se sai do ninho, a postura que se tem, o caminho que se toma e em que se acredita tem a ver com o que foi ensinado lá atrás.
Independente de qual projeto político está sendo gestado para o Brasil em relação às políticas de inclusão, qual estratégia está sendo articulada para a construção de um novo herói e quais águas ainda passarão debaixo dessa ponte, ter sido a pessoa certa na hora certa para um "plano de salvação", ter conseguido chegar até o lugar do qual pudesse ser visto e cogitado para um objetivo, espero que nobre,  já é digno de admiração e mesuras.
O que esperamos é que o ministro honre sua mãe e não se deixe transformar em "puppet" de programas políticos salvadores da pátria, não se empolgue e não se deixe vender por trinta dobrões. Até porque, não enxerga quem não quer, já tivemos o primeiro operário presidente da república, a primeira mulher e agora o "plano Marshal" da república das bananas é o primeiro negro presidente da república e essa construção começou  em 2003, na sua indicação para ministro do STF pelo então presidente Lula.
O momento é explendoroso, magnífico, e é para ser curtido, registrado, cantado em todas as rodas, mas como dizia um antigo comercial...." E não é só isso"...
Independente de pra onde vá o andor o santo é de barro e foi dona Benedita da Silva Gomes quem educou. Palmas pra ela que ela merece.