sábado, 31 de janeiro de 2015

LÁ SE FORAM, LÁ SE VÃO, LÁ SE VEM...

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Ah! Lá se foram os dez anos. Bonecas, joguinhos, livrinhos de literatura clássica juvenil, corda, pião, pipa e bola de gude. (já disse que nunca fui normal)
Ah! Lá se foram os quinze anos, bonecas na caixa, batom à mão, roupas mais "mulherzinha", interesses que mudam. Agora é oficial! Bem-vinda ao mundo dos que são vistos, observados e vigiados.
Ah! Lá se foram os vinte anos. Faculdade, engajamento político, arrumar emprego, cheiro de independência. O resto é bobeira. A vida adulta é salão principal. O lema do momento é: Arfar o peito, levantar a cabeça e o nariz (isso é importante nessa idade) (rsrsrs), e lá vamos nós! Responsabilidades, trabalhos, impostos. Essas dores que jamais nos deixarão, e que nessa idade é o que nos dá o nível de importância que buscamos.
...E lá se vão os trinta anos. A idade da maturidade. Já conseguimos enxergar bastidores, já conhecemos os cheiros da vida, já prevemos coisas, pois as conhecemos. Amadurecemos sexualmente, espiritualmente, moralmente (relativo a ética), profissionalmente, politicamente etc...
....E lá se vão os quarenta...o filósofo interno invade o pedaço. O ensaio acabou. Agora, a peça é pra valer. Algumas coisas já são inegociáveis, outras toleráveis, mas abrimos uma cota de vislumbre para a esperança, para possibilidade de não termos visto alguma coisa, de não termos aprendido outras....e passamos a viver à espreita da vida. No cotidiano não há mais grandes novidades, como quando tínhamos 17 em que tudo era  aventura. Mas sempre esperamos que alguma coisa brilhe diante de nós e nos capture. O olhar é seletivo, o falar é seletivo, as amizades, os Sims, os Nãos, então, nem se fala...Tudo passa por um crivo, uma triagem. Ainda temos vigor, embora já nos demos conta de nossa mortalidade. E cansados de lá se foram, e de lá se vão...partimos para o lá se vem.
Ah! Lá se vem......

domingo, 11 de janeiro de 2015

ENERGIA NOVA

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Essas fazes de início de ciclo são preciosas. Fomos nós quem as inventamos, para fingir que as coisas começam de novo, e de novo. É um mecanismo coletivo de esquecimento.
Amo essas fases inventadas, porque funcionam através de suas personificações...o "destralhar" é uma delas. Adoro  "destralhamentos" (acho que já disse isso aqui).
Sabe aquela papelada inútil do ciclo velho?Jogue fora!
Aquele sapato velho, gostoso de usar, mas que já está roto, puído e que traz uma energia mesquinha para o ciclo novo? jogue fora!
Aquela forma de bolo, que você comprou para aprender a faze-lo, mas que nunca teve tempo, nem talento (rsrsr), jogue fora!E compre bolo de padaria, convença-se de que tudo o que é feito pelo outros é mais gostoso, funciona.
Sabe aquela tralharia que a gente guarda para lembrar do fulano, do sicrano e do beltrano? Jogue fora! Lembrança a gente guarda na alma.
Abrir espaço físico para a entrada de novos ares, de luz, de vida, em suma, de circulação de energia é uma metáfora para o que devemos fazer com a nossa alma...destralhe!!!
Jogue o amigo que não era amigo no limbo do esquecimento, o amor que machucou na caixinha do aprendizado e as decepções, no incinerador. As próximas pessoas serão melhores.
Limpar-se por dentro é muito importante. Pois como dizia Pitágoras: "purifica o teu coração antes de permitir que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo". Tomemos um banho de vida nova, a água é o querer e o sabonete, o acreditar.