Diz-se da prisão de ventre que é a disfunção de hidratação no organismo para expelir degetos da digestão. Quem sofre do mal sabe que a "parada é sinistra" mas, que tem solução. Alguns alimentos devem ser evitados outros são mais que bemvindos, são obrigatórios.
Mas existe uma outra versão analógica para essa opereta, a psicológica, teorias afirmam que o prazer de reter o que não mais nos serve é uma questão de apego, controle excessivo, egoismo patológico.
Se nos debruçarmos sobre essa vertente temos a avareza, a sovenice, a ilusão de controle demasiado sobre a vida como sintomas de uma prisão de ventre d'alma, economizando felicidades, sorrisos, alegrias, atenção, apreço, amor, carinho, doação de si e do tempo e esbanjando controle de tudo, da vida, dos caminhos a serem seguidos, das decisões a serem tomadas, os sabe-tudo do nosso entorno. Sentir-se no controle é diferente de estar no controle, vender a imagem de capitão do barco é diferente de ser o capitão do barco.
Esquecemos que a vida não se curva aos nossos caprichos, aos nossos "quereres" comesinhos. Lêdo engano, ilusão, perda de tempo óbvia e um pouco de patologia pra ser agradável.
Talvez o segredo seja ser o que a vida nos pede pra ser, aprender a ouvi-la. Talvez seja controlar só o nosso nariz porque o resto depende daquilo que gente come. Ficar só na esfera de atribuição de nossas competências referentes a nós mesmos, nossos passos, pensamentos e intenções.
Pois teremos uma digestão de acordo com as nossas ações, cujas propriedades serão retornadas pra nós de acordo com as nossas intenções e não de acordo com o que manipulamos para parecerem.
A vida? A vida é mais, é mais forte, mais poderosa, mais esperta, mais vívida e se não podemos vencê-la juntemo-nos a ela.
Sugestão? Tome um laxante e largue o que não é da sua conta, jogue fora o exercício de deus, isso é pra ele. Sinta a vida, a força, o calor, a brisa e o privilégio de ter uma existência consciente. Viva-a, sinta-a com todo poder de percepção.
Tome um laxante! Solte tudo e seja feliz! A pele da sua alma agradece.
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