domingo, 14 de julho de 2013

TESLA: PRA ALÉM DA UNIDADE DE MEDIDA

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Esta semana  fez cento e cinquenta e sete anos de nascimento de um dos maiores, senão o maior inventor que o mundo já conheceu, Nikola Tesla (10/07/1856). Dono de uma genialidade inconteste e de uma personalidade controversa, foi ridicularizado, posto no ostracismo, perseguido e vigiado até a morte aos oitenta e seis anos.
Sr. Tesla foi um sérvio que viu duas guerras mundiais, ambas com uso de tecnologias desenvolvida pelas suas descobertas. Foi responsável pela segunda revolução industrial com as bases da distribuição de energia, transmissão sem fios, contribuiu para o estabelecimento da robótica, controle remoto, radar, ciência computacional, física nuclear e outras tantas.
Dono de uma personalidade excêntrica, que muito contribuiu para as perseguições que sofreu e que pôs lenha na fogueira da campanha de descredibilização de sua pessoa, tinha TOC ( Transtorno  Obsessivo Compulsivo) com  o número três, não dava o menor valor a dinheiro, tinha aversão gritante a pérolas, era misofóbico, celibatário, obcecado por limpeza, amante de pombos, misantropo ao extremo, não gostava de tirar fotografias e  dizia que se comunicava com extra-terrestres...precisa mais?! Não tinha a menor noção de política e costuras ideológicas e negociação de interesses, não conseguia estudar conjunturas, agir nelas então, nem pensar.
Não conseguimos aceitar o que não entendemos e por conta de ter ideias muito além de seu tempo e ser um futurista contundente foi exposto publicamente à zombaria. A caricatura de cientista maluco das revistas em quadrinhos da década de quarenta como o Dr. Silvana do Capitão Marvel foi inspirada nele, numa campanha vil de degradação de imagem. As pessoas tinham medo de Tesla, seus vizinhos principalmente.
De acordo com a lei internacional  de patentes - disponível nos ane
 xos no final do texto - depois de vinte anos de registro um invento cai no domínio público, estando o inventor vivo ou não, se vivo recebe os dividendos, se morto e tiver parentes quem recebe são os parentes. Nikola tinha nínguém e nunca brigou pelo uso de suas patentes, disse certa feita:
"Marconi é um bom camarada. Deixe ele continuar seus trabalhos. Ele está usando dezessete de minhas patentes"
Usar as patentes de Tesla não era problema quando ele estava vivo, não o seria depois de morto, sem ninguém para reclamar absolutamente nada. Mas incomoda usar as idéias do cientista maluco. E quando perguntarem de quem é essa ideia?! Aha! é daquele extra-terrestre, insane... apontando , sem precisar gritar, que os grandes homens da época, aqueles que o rechaçaram, estavam equivocados, tirando a magnitude de inteligência de um momento da história e desclassificando o poder instituído daquele período. Que o mundo é torto, sabe-se, mas um país escrever isso em letras garrafais e assinar embaixo, NÃO! Então, após quase um século de nascimento de Tesla em 1952, com todos os seus detratores mortos, sem precisar passar pela vergonha de se reconhecerem impecilhos para a evolução da humanidade, inicia-se a campanha de desagravo.
Um busto foi construído por um escultor que ele admirava, hoje, localizado em Belgrado.

Uma outra estátua de corpo inteiro, posta em Zagreb na Rua Nikola Tesla, nome dado a sete anos atrás; Em 1960 foi dado o seu nome à unidade de medida do campo magnético numa conferência em Paris.

Em 1976 foi colocada uma estátua de bronze de corpo inteiro nas cataratas do Niágara, no lado nova iorquino; dá nome ao prêmio de maior prestígio na área de energia elétrica, também nomeia uma cratera na lua e  um planeta menor.


Figurou em notas de dinar iuguslavo e sérvio, virou tema de música e nomeia o aeroporto de Belgrado e a mais recente das lembranças consta no filme O Grande Truque de Christopher Nolan (aqui) .
Hoje Tesla é um deus, um homem iluminado, brilhante....um deus que comeu o pão que o diabo amassou para deixar um legado, para exercitar sua inteligência, para ser o que veio ser
O leitor deve estar se perguntando por que pensar sobre isso. O que isso tem a ver comigo?! Talvez, tudo. O que acontece numa conjuntura ampla (macrocosmo) acontece também, salvaguardadas as devidas proporções, no nosso entorno (microcosmo), trabalho, escola, vizinhança, condomínio,  família etc... quantas vezes procuramos ou esperamos reconhecimento, sendo tolos sem saber.
 A vida é um jogo num tabuleiro de xadrez que nos permite liberdade de movimentação de acordo com a peça que sejamos. Quase garanto que não somos o rei, a rainha, a torre ou o bispo; quando muito, o cavalo, com uma movimentação mais livre e jogadas mais complexas, porém, no mais das vezes, somos mesmo é peão, os que existem em maior quantidade, o menor de todos em tamanho, que devora uns aos outros, com movimentação restrita e que não dá xeque-mate em ninguém. Talvez tenha faltado ao Nikola perceber que o mundo tem dono.
Quer entender melhor? assista ao documentário, dublado em português pra facilitar a vida.



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