domingo, 6 de abril de 2014

AMOROSO CANGAÇO

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A semana passada na mídia impressa, televisada, eletrônica e nas redes sociais a celeuma era sobre estupro. Uma pesquisa do IPEA ( Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre a tolerância social à violência contra as mulheres divulgou resultados alarmantes, que causaram um reboliço geral e em seguida voltou atrás alegando erro nas pesquisa (essa manipulação merece um outro texto) Saiba mais. A pachorra já estava feita e o assunto foi exaurido até a sua última gota e desembocou numa convocação para uma manifestação contra o estupro em Copacabana numa rede social. (hoje)
O que a gente  precisa colocar na conta é que existem outras modalidades de violência contra a mulher que não saem no jornal. É aquela de dentro de casa, silenciosa, que ninguém vê e sobre a qual não cabe protesto nem passeata e, muitas vezes, consegue ser pior do que qualquer outra. Existem mulheres que têm verdadeiros algozes em suas vidas.
Algoz é um carrasco disfarçado de parceiro. Uma alma que se fez gêmea, que ganhou confiança e que enxerga a gente por dentro, para manipular melhor. Tem olhos grandes para enxergar melhor, tem mãos grandes para fechar melhor as portas, tem pés grandes para nos fazer tropeçar melhor, e tem cérebro....um que funcione para o mal.
Algoz é quele "quem" que a gente confia, que a gente gosta, que nos mantém reféns e faz cara de manha. Algoz é aquele "ninguém" que se faz respeitável para os outros para nos desacreditar. Algoz é aquele nos leva para a festa e nos põe embaixo da mesa.
Algoz é aquele doente que a gente ainda não entendeu que não pode curar. Algoz é aquela "alguma coisa" que a gente faz questão de fingir que é alguém. Algoz é o cara que tem a chave da sela porque a gente deu. Algoz é o cara que reina absoluto conosco por platéia.
Quer se libertar de um algoz? Saia pela porta da frente, não olhe para trás e deixe o espetáculo para os fantasmas. Sem ódio, sem rancor, sem raiva, sem vingança...isso dá câncer.
A maior vingança é viver a própria vida e ser feliz e não tem protesto mais eficaz, se todas nós o fizermos  a gente muda tudo.

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