domingo, 16 de outubro de 2011

SOLITUDE

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Ser só é uma escolha. Não há que se ter pena do só. O só é alguém que para usar produtivamente o seu tempo, vive procurando o que fazer, cursos, grupos de amigos, programação cultural, gente para conversar, alguma coisa para ler e outras para escrever.
A vida dos sós é tão igual. Organização da coluna vertebral dos afazeres cotidianos, que é só uma maneira rebuscada para denominar rotina. Sem ela o só é poeira, o nada do nada.
O só é aquele que impôs tanto o seu jeito de ser que ficou só. Mas gosta do seu dia-a-dia, de ficar só. O só é feliz só.
Agenda organizada, agora é hora de curtí-la. Aquela xícara para aquele chá, a outra para o café. Aquele horário da leitura dos jornais, aquele outro da leitura do livro. O sagrado momento das refeições. Sim, porque o só também se alimenta e, é aquele que se libertou da mania de não almoçar sozinho, de não jantar sozinho e curte isso. Como um pobre mortal resignado à sua realidade e tirando dela o melhor proveito. O que não tem jeito agente  acostuma.
Escolher as músicas que gosta sem se preocupar com o gosto alheio. É o cultivo nobre do egoísmo. Nobre porque o oposto disso significaria a depressão e a dependência emocional patológica. Nada indicado.
A solidão é o espaço/tempo em que o egoísmo é uma conquista a ser celebrada e recebe apelidos como: auto-estima, superação, coragem, apreciar a sua própria companhia e etc... Na verdade uma afronta aos moldes que nos foram ditados desde outrora, mas uma necessidade de vida ou morte para quem fez a escolha do só. O só é feliz só e só.



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