domingo, 10 de novembro de 2013

O AMOR COMEZINHO E A ROSEIRA

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Era uma vez uma roseira, linda, em floração, em plena primavera. A representação da vida e da beleza, um mundo de encantos que aguçava todos os sentidos. De todas as rosas esplendorosas uma me encantou. Não me detive, cheirei-a, contemplei-a e resolvi fazer o que meus instintos, embevecidos desse amor vultoso me disseram para fazer. Arranquei-a do pé. A partir de agora és minha!
Levei-a para casa, cuidei bem, coloquei-a na água, até o tal melhoral não lhe faltou. Ela durou uns dias do jeito que me encantou....depois foi murchando, ficando fosca, sem cor, escureceu, perdeu a vividez, a impavidez, foi se curvando....atrapalhando o meu tempo com tirar e colocar água, por fim, não exalava mais cheiro nenhum...
O meu amor poderia ter sido nobre me levando todos os dias à roseira e num prazer inefável, permitir que eu lhe sentisse o odor multiplicado pelas outras tantas que ali estavam, que eu percebesse sua maciez e que a admirasse, com tudo o que a fazia significar, o solo, a umidade do orvalho, o calor do sol e o amor que a conectou à mim, até que o outono chegasse......e eu teria feito o  meu amor feliz e teria sido feliz por mais tempo.
Podemos amar quem quisermos, o que quisermos, quando quisermos, por quanto tempo quisermos ....mas jamais do jeito que quisermos


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