segunda-feira, 8 de agosto de 2011

AQUELA LUZ NA CARA

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      Cogita-se a extinção, à longo prazo, do livro de papel, os tradicionais, do jeito que nós conhecemos e nos apaixonamos. Os grupos dedicados à sustentabilidade, à defesa do meio ambiente e das "árvores" reivindicam a diminuição do uso do papel e assim acreditam estar defendendo a flora do mundo. Excelente idéia e movimento social louvável, dimuindo a produção de papel desmatamos menos, poluimos menos, porém, teremos menos produção livresca. Já temos  a abolição do livro didático de papel  se dando paulatinamente até 2015, na Coréia do Sul e o uso obrigatório de tecnologias no ensino sistemático por lá. Alguns cursinhos no Brasil já utilizam apostilas virtuais, ou seja, estamos rumando para a substituição do tradicional pela tecnologia.
      Na leitura de entretenimento, literatura e afins já temos os e-readers (leitores de livros digitais) que possuem uma determinada capacidade de armazenamento, que possibilita a inserção de vários e-books (livros digitais). A mudança que isso vai gerar é estupenda. Poderemos carregar vários volumes em um tablet (outra geringonça eletrônica) economizando força física e espaço na bolsa; os preços dos e-books são significativamente mais baratos, por não necessitarem dos tratos industriais e da quantidade de mão-de-obra para confeccioná-los; os espaços físicos para se montar uma  biblioteca serão bem menores, quase todo mundo que consome literatura poderá ter a sua super biblioteca. O único inconveniente até agora, para o uso cotidiano, é o custo do tablet, mas com passar do tempo se tornará acessível à grande maioria.
      Porém, como boa saudosista que sou, imagimenos.... o ritual de pegar um livro físico, sentir seu peso, seu cheiro, ter o acesso visual real, folheá-lo da direita para a esquerda, ouvir o barulho das páginas e prazeirosamente sentar-se e deleitar-se com uma boa leitura e com o uso de todos os sentidos sendo substituído por aquela luz na cara, a espessura do tablet sempre a mesma, aquele geladinho da tela, aquela cor imutável e para folheá-lo um botão touchescreen ou não, com uma movimentação de cima pra baixo ou não.
     A fisiologia cognitiva enlouquecerá para assimilar estas diferenças de lateralidade e sentidos e ainda ter que entender a leitura. A princípio, até nos acostumarmos, será uma via crucis, um vai e volta de dar dor de cabeça, os laboratórios oftalmológicos agradecem. As mudanças serão sentidas pela nossa geração, as próximas conhecerão os livros tradicionais pelas obras de artes que já se fazem deles. Confira!
      Dói, dói ver um amigo falante, condutor, rico em aventuras terminar desse jeito, e essa, ainda é  a melhor forma de sepultamento, ali se faz uma homenagem a esse companheiro, lhe cedendo um lugar ao sol, lhe dando uma última chance de ser apreciado. Mas vejamos o que nos espera, as novidades, as primeiras gerações de é-readers: Fotos de e-readers e Ipads .
      É, trate de inserir no seu dicionário as palavrinhas mágicas: e-reader; e-books, Ipads, Iphone etc.... porque, do contrário, você será analfabetizado por osmose. Sabemos que ambas modalidades de leitura ainda conviverão juntas durante um tempo e que somos uma geração privilegiada por acompanharmos a transição, porém estamos assistindo à morte lenta de uma agulha que abriu caminho para todas as qualidades de linhas, das mais nobres às mais ordinárias. Agora fique com o modo de usar da geringonça:



      SEJA BEM-VINDO!....OU NÃO.



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