domingo, 11 de setembro de 2011

A ÁGUA DA NOSSA ALMA

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O que nos move a praticar um gesto? uma atitude? do que é capaz uma ação?...não qualquer ação, refiro-me a uma ação leve, lenta, acompanhada do olhar, com todos os radares voltados para ela - o corpo, os olhos, o cérebro, a alma. A-ten-ção. Tempo dedicado a alguma coisa ou a alguém. Tempo parado.
Que diz este devotamento circunstancial e de curta duração? sei que você existe, gosto disso e prezo estar aqui. Sua presença me alegra, me traz boas sensações e quero isso. Que poder tem essa declaração dita com o olhar, com o toque, com o silêncio. Deram o nome desta "coisa" de carinho, é volátil, etéreo, preenche qualquer espaço, é incolor, inodoro e insípido. É a água da nossa alma.
Substimamos o valor do carinho. Tentamos conceituá-lo, defini-lo e classificá-lo. Como somos inteligentes, racionais e dispomos de uma gama de ciências que nós inventamos e metodologizamos para embasar nossos argumentos, conseguimos.
O carinho é universal atinge  todos os mundos em seus efeitos e em ser sentido na sua falta. No mundo dos animais irracionais é percebido, recebido e correspondido, só não é conscientizado. Animais sabem o que é carinho, gostam de carinho e sentem falta dele. No mundo vegetal, quanto mais carinho, mais viçosos ficam.
Mas carinho tem caras diferentes. Para as plantas, o conversar, o aguar, o adubar e estar presente. Para os animais, e aí nos incluímos, pode apresentar-se como um olhar, uma palavra, um toque, um aperto de mão, um afago, um voltar-se para conversar, o servir um café, um cozinhar com amor, um tempo do dia dedicado àquele.
Carinho tem esse nome porque, talvez chamar de raio de luz que invade a alma e quebranta ficasse muito extenso e alguém decidiu simplificar e chamar de CARINHO. O carinho é domador, conquistador, é manipulador, é subversor de naturezas e instintos. Confira!



O Instinto animal sempre estará lá...sempre, e grita, ruge para se manifestar. Mas o que se recebe é tão bom, tão reconfortante, tão evolutivo, tão prazeiroso, tão nirvana, tão desvirtuador, que a luta diária para suplantar os instintos vale a pena.
Carinho é moeda, carinho é território de influências, carinho é uma arma, carinho tem poder e  custa nada. Usemo-lo. Demos  de beber a nossa alma e a dos outros. Socializemos a água.

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