domingo, 16 de fevereiro de 2014

SINDROME DE NAPOLEÃO

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Nota: Este texto não se pretende histórico. É só uma ilação analógica para reflexão
 
Quase todos nós somos acometidos, vez ou outra, de uma doença grave, não tão nova, que se disfarça com  nomes como subestimação alheia ou superestimação própria.
Subestimação é a desqualificação sem motivo; pôr em dúvida as capacidades e habilidades das pessoas..... " quando se desqualifica uma pessoa [coisa ou circunstâcia] por uma representação estereotipada de classificação" (dicionário informal). Quando diante de alguém, algo ou fato, cremos sê-lo menor, inferior, menos importante do que verdadeiramente o é....  Superestimação é dar excessivo apreço ou valor a;  ter em grande conta, normalmente acima do que, de fato, merece.
Achar, crer, tachar  não transforma o outro naquilo que queremos que seja. Somente nos cega para não vermos o que, provavelmente, seria. Se conseguíssemos enxergar com 'isenção'  tudo bem. Mas a questão é que  enxergamos a partir do que as nossas vivências nos possibilitam ver..... imaginemos então, o que não fazemos quando subestimamos.
Temos exemplos muito bons na História de subestimações que custaram caro. A nossa analogia passa pelo famosos Napoleão Bonaparte (século XIX). Conhecido como 'gênio militar invencível', a sua maior derrota foi para um exército fragmentado num território imenso - a Rússia- num clima inóspito... e em tudo desconhecido do maior exército da Europa, até então. Seiscentos e setenta e oito mil homens e mil quatocentos e vinte canhões. Napoleão não conhecia seu inimigo, sua coragem, sua disposição, seu tipo e nível de conhecimento, suas conexões e até onde estava disposto a ir. Napoleão se superestimou, acreditou nos elogios que ouvia sobre si mesmo. Napoleão subestimou quem não conhecia, pela sua sagacidade, inteligência, vitórias, glórias e aclamações recebidas de seus aliados. Com todo o seu conhecimento estratégico lhe faltou a noção do poder da tática. A tática da terra queimada acabou com napoleão sem sequer começar a lutar e o fez retormar com dez mil homens em estado lastimável.
Talvez, uma das maiores armadilhas de nossa vida seja o nosso umbigo. Àquele sobre o qual achamos que o mundo gira em volta e para os quais somos o referêncial "sine qua non". E que os nossos saberes, são os que o mundo inteiro, esse leque multifacetado, precisa e utiliza....lêdo engano.
Todo o nosso conhecimento seria facilmente inutilizado numa tribo indígena, numa aldeia esquimó. Nessas paragens precisaríamos de outros conhecimentos para sobrevivermos. A multiplicidades de realidades que temos ao nosso redor, no mesmo espaço no qual convivemos, que estão contidos e contém outros contextos, e por conseguinte, conhecimentos, os quais desconhecemos, são provas cabais de que sempre temos o que aprender e de que somos sempre incompletos.
Olhar para o outro e achar que ali não há nada, é um engano imensurável. Todos nós viemos/estamos em ligações, redes e conexões tão díspares e intrincadas que, se tivermos que saber, ao certo, de alguma coisa... é de que sabemos nada. E que o que temos que aprender é muito mais do que o que achamos que sabemos. Que o pote de comportar conhecimentos (figura alusiva) é sem fundo, sempre cabe mais. E que essa troca só é possível quando abrimos espaço para essa aquisição.
Quem acha que sabe tudo, já está cheio, completo, já se fechou para o resto, alí, passa a não caber mais nada. Fossilizou-se a sí mesmo por livre e espontânea vontade, por livre e espontânea subestimação do outro, da realidade , da vida. Vestiu a carapuça de Napoleão, logo, a campanha da Rússia com todo os seu fracasso virá.
A síndrome de Napoleão, o complexo de "highlander" está em todos nós. Mas tem antídoto....Sei que nada sei .....e que o outro tem sempre o que me ensinar.
 
 
Saiba mais:
 
Da estratégia de Napoleão: (Aqui!)
 
 
Da tática Russa sobre Napoleão: (Confira!)
 
 

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