domingo, 17 de agosto de 2014

CAVIAR E PATÊ DE SARDINHA

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Às vezes buscamos na vida só o prêmio, e esquecemos que, possivelmente, o grande prêmio seja o caminho que trilhamos depois da escolha que fazemos. Olhar para o pódium sem prestar atenção na estrada não nos leva a ele.
Às vezes temos diamantes nas mãos e jogamos fora, pensando serem pedras, porque não os enxergamos na escuridão da noite.
Às vezes todos os indícios nos levam a um caminho, mas vamos por outro, porque assim planejamos.
Às vezes nossa intuição nos pede uma atitude e tomamos outra, porque..."o que será o que o outro vai pensar...."
Às vezes todos os acontecimentos do dia gritam aos nossos ouvidos..."não vá por aí" mas, vamos, porque não foi a nossa mãe quem falou.
Às vezes confiamos em todo mundo, menos na gente mesmo. Porque não é uma personagem viva externa a nós, a nos falar. É alguém de dentro de nós a nos puxar para onde devemos ir e não vamos.
Às vezes preferimos ouvir a quem nunca vimos, nos guiarmos por um livro de autoajuda, escolher um pensamento aleatoriamente numa caixinha de promessas, do que ouvir aquela cigana interna que diz..." Olha, por aqui,...por ali, não".
Às vezes preferimos a promessa de um prêmio, do que a firmeza de um passo atrás do outro construindo uma jornada, mesmo que o final dela seja incerto. Mas é nossa, ninguém tira, fomos nós quem fizemos.
Às vezes preferimos copiar o outro, porque o caminho já está feito, já sabemos, supostamente, onde vai dar, do que arriscarmos ser originais e fazer o que a concatenação contexto e alma  nos pedem. E pensamos: ..."deu certo para ele, vai dar para mim também"... Não, não vai não.
Às vezes nos apequenamos porque não acreditamos podermos ser maiores.
Está na hora de inverter a ordem e trocar o certo pelo duvidoso. Às vezes o certo, o que o outro diz, o que o outro aventa, o que o outro nos impinge, vai nos render uma somatização horrenda no final, uma dissintonia insuportável com a vida. Por que? Porque não era o que nossa alma pedia e ferimos o juízo de valor da pessoa mais importante para nós. Nós mesmos. Negamos a possibilidade de criação na nossa existência, negamos o desenvolvimento do ouvir e confiar na nossa voz interna.
Às vezes o duvidoso é a felicidade. Às vezes a gente joga caviar fora para comer patê de sardinha.
Está na hora de virar do avesso, virar de ponta a cabeça e apostarmos em nós mesmos, na vida e no acreditar...talvez seja isso que nos mantenha vivos dentro da vida. Dar uma chance a nós mesmos de fazemos da nossa jornada uma imenso e maravilhoso laboratório. Viva o incerto! Viva o avesso! viva a revolução interna! Viva a vida viva! Viva tudo o que se movimenta! Viva o devir!

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