domingo, 4 de dezembro de 2011

CASA DA MÃE JOANA

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Casa da mãe Joana é uma expressão popular que significa que o lugar, espaço ou crircunstância a que nos referimos não tem ordem ou organização. Em suma, é uma bagunça. O que seria  correto, ali não o é, o que seria políticamente incorreto é aceito. Não há noção de causa e consequência.
Hoje vivemos dias nos quais poderíamos considerar como a "era da casa da mãe Joana". A noção de civilidade, bom trato, boa educação, aquela cotidiana, de pequenas atitudes e gentilezas. O exercício da cidadania, o respeito ao meio ambiente, a noção do outro como um igual, quase que desapareceu.
Quando encontramos alguém que cede lugar a um idoso ou a uma grávida num transporte público a sensação de ter sido premiado, somente por contemplar esta cena, é automática, só falta ouvirmos um sonoro Oooooh! dos demais. Por que ? Porque é raro. Quando entramos em um recinto e alguém nos abre a porta e permite que passemos, além do muito obrigada, pensamos - quando não falamos - que gentileza!
Nas praias o que vemos é lixo sobre lixo, poucos se dignam a recolher o próprio lixo, muito menos recolher um que não é seu. Pedir licença, dizer muito obrigada! Comprimentar com  bom dia! Boa tarde! Boa noite!...bons tempos.
Bons tempos aqueles em que cedia-se a passagem a uma dama, afastáva-se a cadeira de um restaurante para uma senhora sentar, acendia-se o cigarro de uma mulher, emprestáva-se o paletó a uma senhorita, numa noite fria; abria-se a porta do carro para a companheira, pedia-se desculpas.
Há sete meses  tivemos notícia na imprensa sobre uma taxista, em São Paulo, que achou uma quantia em dinheiro dentro do seu táxi e devolveu ao dono. Sim, notícia de jornal , sabem por que? porque não é comum, logo quando acontece vira notícia.
O cumprimento do dever, hoje, é motivo de ovações, como se o indivíduo tivesse realizado um feito notável, um esforço hercúleo, como se fosse um ato extraordinário, e não é. É ordinário de estar dentro da ordem, da normalidade e do comum, deve acontecer sempre.
Imaginemos as estratégias que teríamos que utilizar para iniciarmos um movimento de conscientização do cumprimento do dever, do exercício de boas maneiras, de civilidade, de conscientização ecológica, de preservação da vida saudável e da fomentação do prazer desse exercício, neste contexto.
Deliremos:    

CAMPANHA POR BOAS MANEIRAS

Que tal ter seu dia de fama? Aparecer em jornais? Ser conhecido? Ser ovacionado?

FAÇA UMA GENTILEZA!

Dê lugar aos idosos ! Peça desculpas! Use o fone de ouvido quando ouvir suas músicas em público!
Jogue lixo na lixeira!

E você terá grandes chances de se  tornar uma celebridade.

Que tal? Quem sabe com este pequeno "suborno ao ego" o indivíduo, de tanto exercitar essas atitudes gentis não descubra o prazer de realizá-las sem recompensa.
Parece absurdo?! Mas é para isso que estamos rumando, e esta, é só uma estratégia criativa para mantermos a esperança, até porque, esperança é a última que morre, e esperamos um dia fazermos da casa da mãe Joana, a casa da mãe Francisca, da mãe Maria, da mãe Rita, da mãe Suzana, da mãe Carla....da nossa mãe.


Um comentário:

  1. Enquanto houver pessoas como a nossa amiga Sonia Rocha, eu e você (aqueles que se indignam e espalham pelos amigos e redes sociais sua indignação) para multiplicar a prática do respeito, da educação e da civilidade, haverá a esperança na construção de uma verdadeira sociedade humana - Segundo o dicionarioweb... HUMANO (hu-ma-no): adj. Relativo ao homem: o corpo humano; a espécie humana.

    SENSÍVEL À PIEDADE, COMPASSIVO: MOSTRAR-SE HUMANO COM SEUS SEMELHANTES.

    Gênero humano, o CONJUNTO DOS HOMENS.

    Só lembrando, HOMEM é aquele animal que desenvolveu a capacidade do raciocínio. Só basta evoluir o bom senso para a preservação da espécie em sociedade.

    Por falar nisso, o ser humano é um ser social; isóle-o, e ele enlouquece.

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