domingo, 15 de abril de 2012

INTERRUPTOR

Partilhar
Todos nós vivemos a idade das trevas. Aquela em que de nada tínhamos noção, em que fomos guiados sem questionamentos, em que nos assemelhamos às samambaias - o céu dá o sol e a chuva, a terra o alimento -  e estava bom.
Mas na vida de cada um de nós, existiu um momento decisivo e para cada um, diferente, pois temos jornadas distintas, em que tomamos consciência de nós mesmos. Surgiu em nós um vigor, uma força, os olhos de encheram de mundo, de possibilidades, de novidades, de vida, de conquistas e  fomos invadidos por uma vontade de fazer o próprio caminho, e não foi qualquer caminho, foi o nosso caminho, que desprovido de qualquer vaidade será sempre melhor que o dos outros.
Neste momento de iluminismo pessoal, intranferível, inalienável foi acionado o nosso interruptor interno, aquele que nos deu a luz pela segunda vez. Pode ter sido um livro lido que nos abriu um horizonte de possibilidades. Pode ter sido a fala de um professor que nos deu um click para vida. Pode ter sido uma desilusão amorosa que nos mostrou que somos inteiros. Pode ter sido a exclusão de um grupo  que nos permitiu perceber que há outros grupos e que tudo são fases. Seja o que for, o momento click da nossa vida existiu.
E quando nos demos conta do tamanho que queríamos ter, traçamos planos, sonhamos e nos expomos à vida. Nos adonamos das rédeas adonavéis: A vontade. E iniciamos a nossa saga.
Sem saber que a graça não estaria em conseguir tudo o que se quer, mas administrar a falta do que não se conseguiu.
O prazer não estaria em ir em linha reta, mas descobrir como trilhar em diferentes pisos, nos diversos atalhos e desvios de itinerário que a avida nos faria percorrer, por força das circunstâncias.
O orgulho não estaria em ser sempre o mesmo, mas em mudar, em se reinventar e rever valores, quebrar paradigmas, ser maleável.
O bom da luz acesa é ver o caminho trilhado e avaliá-lo. Se for bom, continuar ligado a essa energia e usá-la, refiná-la, cumprir a jornada com todas as fases que a pertencer, com dignidade. Se não for bom, reflexibilizá-la, repensá-la, expurgar a má energia, limpar-se, religar-se em outra sintonia e prosseguir.
Mas só conseguimos isso se mantivermos a lucidez, a presença de espirito, a isenção de nós mesmos para medirmos nossas ações e analisarmos nosso caminho.
O interruptor de nossa vida, o insight de nossa alma é ligado pela sede de viver, de aprender, de sermos donos de nós. O manteremos ligado enquanto preservarmos essas vontades nobres e tivermos o prazer de existir como responsáveis por nós mesmos. O que temos que saber é que sempre dependerá de nós, só de nós. Ninguém tem o poder de desligá-lo, só se permitirmos.
O tesão que mantém este interruptor ligado é este poder. O único que temos de fato, o de tomar conta de nós, da nossa vida, decidirmos sobre o que fazer com ela/nela e barrarmos o que quisermos, na velocidade da luz.
Logo, as escolhas que fizemos foram as que nos trouxeram até onde estamos. mantenhamos nossos interruptores ligados!

Nenhum comentário:

Postar um comentário