domingo, 23 de junho de 2013

A PÁTRIA QUE ME PARIU

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Somos um país continental, nossa extensão territorial é de mais de oito milhões de quilômetros quadrados; o nosso IDH - Indíce de desenvolvimento humano- que mede a  qualidade de vida ocupa o 85º lugar, a Bósnia-herzegovina, recém-saída de uma guerra sangrenta, está à nossa frente  (confira); a nossa renda per capta em 2012 foi de aproximadamente onze mil dólares, ( dê uma olhadinha), isso quer dizer que, o que o  Brasil angaria em produto interno bruto, se distribuídos por cada cidadão brasileiro, viabilizaria, estatísticamente,  que se ganhasse esse valor mensalmente, o que não acontece, isso é só matemática. O que significa isso na prática?
Significa que temos chão que não damos conta, que nossa qualidade de vida, até em números, é uma vergonha e que, enquanto um come dez bifes noventa e nove ficam olhando. Em gráficos estamos bem, somos a sétima economia do planeta (dizem por aí),  somos o país que mais paga impostos no mundo, e taxas altas (todo mundo sabe) e (ainda). O problema é o retorno desses impostos em forma de serviços prestados, e como se não bastasse, deputados aumentam seus salários exorbitantemente, (veja!) onerando os cofres públicos, governos reduzem salários de professores (aqui); não temos transporte público decente, educação e saúde vão mal das pernas há muito e segurança então, nem precisa de link para se ter a noção do descalabro.
Não investimos em infraestrutura: estradas, ferrovias, aeroportos, portos mas vamos emprestar cento e setenta e seis milhões de dólares para Cuba modernizar os seus aeroportos, (incrível!), e os nossos?! nada contra a amada Cuba, mas não é o momento, com a casa desarrumada; sem falar no tanto de bilhões de reais gastos em construção e reformas de estádios para a copa do mundo e outros investimentos para as olimpíadas. Que seja importante para o país,Ok! Que deixará um legado, OK! (exemplo) e (mais), quem mantém isso depois? Temos uma estrutura econômica e social para dar-mo-nos a esse luxo?
Diante desse contexto escandaloso, que mais soa a deboche e esculhambação do que a investimento, surge a gota que transborda o balde: o aumento das tarifas do transporte público em todo o país - ônibus, metrô e barcas. O chiste chegou a tal ponto que, é como se o representante político eleito pelos cidadãos se voltasse para os tais, olhando no olho e, os chamasse de babaca.
O brasileiro é um cidadão alegre, hospitaleiro, de bem com a vida, adora uma festa, um futebol, um carnaval, mas isso não significa ser otário, ser bobo e não perceber o que ocorre em seu entorno. Porém, "uma andorinha só, não faz verão" à medida que sozinhos não conseguimos haver os nossos direitos, burlados cotidianamente, sem percorrermos uma via crúcis judicial, que faz com que muitos desistam de lutar por eles, e finjam que não vêem o que lhes é negado, para evitar desperdício de energia, de tempo e de dinheiro, cresce o abuso de quem infringe esses direitos, nem se disfarça mais. E é aí que entra o nosso amadurecimento democrático.
Há duas semanas o Brasil inteiro resolveu gritar, se rebelar contra toda essa mixórdia tendo como estopim o aumento das tarifas dos transportes públicos. É desagradável a desordem urbana na hora da volta para casa, com trânsito parado, itinerários de coletivos desviados, metrôs e trens lotados, mas é esse instrumento que temos, é essa linguagem, esse tom que o poder instituído escuta, pára e teme. Tudo o que acontece hoje: sabermos da falcatruas mais abertamente, podermos nos organizar e protestar, mesmo com represálias, é justamente por causa do amadurecimento do processo democrático. 
Chegamos a um ponto que não precisamos de bandeiras ideológicas, embora os partidos sejam um instrumento importantíssimo na manutenção da democracia, pois são os núcleos representativos dos nichos sociais diversos e suas reivindicações específicas e são os articuladores dos movimentos de protestos, bastou o tamanho da multidão, as vozes, as palavras de ordem, essa é a cara do movimento de hoje, talvez tenha sido isso que assustou os governantes, a coisa fluiu com espontaneidade; e independente do que se diga sobre o mundo ter dono e tudo fazer parte de uma orquestração para uma nova ordem mundial, (sempre bom saber ), o que importa é que a politização está acontecendo por osmose e isso é melhor que alienação. Chegamos a um ponto em que não é mais perda de tempo visitar sites de transparência política para pesquisar candidatos e projetos políticos ( transparência Brasil ; Ranking dos políticos ) - e outros mais; perda de tempo  é votar mal. E quando esses sites não forem confiáveis virão outros,  existem infinitos mecanismos de busca e pesquisa para se averiguar um indivíduo que se candidate a um cargo público. Talvez, o próximo passo seja instituir esse costume. Aí sim, há que se ter medo dessa massa.
O patrão somos NÓS. O trabalho de tomar conta do que é NOSSO nos poupa aborrecimentos, transtornos e até tragédias, Como se diz num ditado popular "O que engorda o gado é o olho do dono". FIQUEMOS DE OLHO!















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