domingo, 25 de setembro de 2016

INTERSEÇÃO DO INVISÍVEL

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Amigos caminhando na praia, famílias conversando na areia, um grupo jogando voley, a mulher que caminha ouvindo música, o D. Juan que atira para todos os lados deslumbrado com tanta beleza. Todo mundo no seu mundo.
Cada um vivendo seu dia, suas histórias. Umas alegres, outras tristes, zilhões de expectativas e sonhos. Cada núcleo reunido ou gente só tem uma vibração, uma energia e um mundo à parte. Vários mundos de valores, de costumes, de crenças, Mundos de formas diferentes de ver o mundo convivendo no mesmo espaço.
A praia é uma metáfora pertinente para a vida na terra, um lugar sem fronteiras de convivência com o diferente, uma visão conotativa de mundos particulares que se tocam e que convivem. Todos de passagem, todos sem saber o que vai ser do minuto seguinte, todos sem saber do outro. O movimento de energia humana que se vê numa praia é o de uma babel. Enquanto um ganha a vida o outro se diverte, enquanto um leva a família para um passeio inusitado o outro sai de casa e passeia corriqueiramente. Enquanto um vê uma paisagem e uma cultura que não é a sua, um outro nem nota as diferenças ao seu redor e muito menos o que acontece ao seu redor. Enquanto um faz yoga o outro corre, Enquanto um medita o outro joga frescoboll. Enquanto um beija na boca o outro briga.
Esse lugar de interseção do diverso deve ser o quadro mais expressivo do que viemos fazer aqui. No desenrolar das histórias desconhecidas uns vão ter um dia alegre com boas notícias, outros momentos tristes e, quiçá, trágicos. Alguns viverão trinta anos ou mais, outros nem chegarão em casa. Olhar para esse formigueiro e tentar imaginar o quanto há ali de histórias, de expectativas, de esperanças, de momentos felizes e de momentos difíceis. E quantas maneiras inventadas de se driblar a dor e a infelicidade estão ali misturadas àquela gente toda é um passatempo interessante.
Faz com que nos sintamos iguais, comuns, fazendo parte de alguma coisa maior que não precisa ser definida, conceituada. Ali, somos todos invisíveis uns para os outros e nem por isso deixamos de existir, de amar, de sofrer, de fazer planos e de sermos bem sucedidos ou não.
Como diz a música "Encontros e Despedidas": a plataforma dessa estação é a vida desse meu lugar; é a vida desse meu lugar, é a vida.



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