segunda-feira, 4 de abril de 2011

O EXERCÍCIO DA AUTONOMIA

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      A utilização dos instrumentos que se possui para gerir a própria vida. O usufruto da liberdade implica num prazer de movimento, de decisão e, como tudo, de pagamento de preços.
      Estar livre, fazer o que se quer, de ficar em casa, ler um livro, fazer ginástica, falar ou não falar algo a matar alguém. É um exercício de responsabilidade.
      É esse o preço da autonomia....responsabilidade. Que implica em estar sob sua própria égide e responder pelo faz, arcar com consequências.
      Queremos tudo isso.... mas sem os preços. Arcar com consequências é um exercício solo. Não há companhia, não há grupo. Há você.
      Essa construtividade da solidão não é fácil de ser percebida. Só é vista e curtida à medida que se amadurece. Amadurecimento precisa de tempo e experiência,  passar por circunstâncias que nos ensine. O que nem sempre significa acertar, às vezes é mais errar, equivocar-se, quebrar-a-cara, que qualquer outra coisa.
      Até a solidão ser constituida como ferramenta, ela é uma pedra no sapato, o esquecimento de Deus, a maldição dos invejosos, uma não administração de relações, uma incompetência para viver....um diploma de não apto à convivência social.
      Mas,  logo, a boa administração desse "presente" traz benefícios que muitos não tem. Organizar seu dia sem consultar ninguém, não repartir o orçamento, estar menos sujeito a imprevistos cotidianos - normalmente trazido pelos outros, maior liberdade nos seus intentos. Esse é o lado egoísta e sujo da solidão,que como bons solitários cooptamos para a coluna dos benefícios.
      Para tanto há outro pré-requisito básico para esse exercício produtivo, o equilíbrio , um quociente emocional trabalhado, eficiente, competente, com serviços de radares que identifiquem à distância uma tempestade, uma chuva esparsa ou um furacão e, um serviço de auto-proteção bom que significa saber se desviar de fortes tempestades, lidar com as chuvas esparsas e esconder-se dos furacões sem detonar a sí próprio. E, esse serviço de defesa tem que ser diplomático, ter jogo de cintura, ter poder de decisão e firmeza....fácil?...Não. Difícil. Muito difícil, mas isso não quer dizer impossível. Isso nos  abre a possibilidade  do exercício da auto-avaliação,do auto-controle, que são  bússolas norteadoras. Seria como jogar xadrez consigo mesmo, vencendo sempre o lado que tem gente. Você/real. Como somos nosso próprio inimigo, o jogo da vida é vencer-se a si mesmo.
      Ver a vida de dentro é isso. A grande esteira de passagem tem diversas nuances..... mas isso é história para outra prosa.

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