quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A AMAZÔNIA NOSSA DE CADA DIA - POR THIERRY RAGOBERT

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Amazonia. Documentário, drama. Diretor: Thierry Ragobert. Brasil/França. 2013.

O filme de abertura do Festival Internacional de filmes do Rio de Janeiro, que abre a noite de gala de daqui a pouquinho no Odeon  é Amazonia, uma co-produção com a França, dirigido por Thierry Ragobert, o Jacques Costeau do cinema, também dirigiu O planeta Branco (2006) um documentário sobre o Ártico, que tinha como personagens ursos polares dentre outros.


Quem está pensando que vai ter aula de geografia e biologia pode esquecer, Documentário?! Tá mais para ficção. Isso mesmo, uma ficção que tem como personagem principal um macaco-prego e a película é o ponto de vista do macaquinho sobre a Amazonia. Criado em cativeiro sem nunca ter pisado numa selva remete-nos ao leão Alex da animação Madagascar (Eric Darnele, Tom Mcgrath, 2005) que se atrapalha todo para se adaptar, ao que deveria ser o seu habitat natural. A película fomenta a reflexão sobre a crueldade do cativeiro de animais silvestres, mesmo que sejam bem tratados, e esse é o cerne da questão, a humanização. O macaquinho tem atitudes humanas, não sabe se proteger da chuva procura uma construção, neste caso o avião que o transportava, abraça um leãozinho para dormir, dentre outras passagens e sofre horrores nas mãos da natureza, sem precisar da crueldade humana, que já havia feito seu trabalho com muito apreço.


Amazonia é uma sinfonia da natureza, diálogo? Não, não tem, é a selva em seu estado puro, natural. O que nos faz pensar no tanto de tempo que deve ter levado para filmar todos aqueles eventos, a dança do boto-rosa, ataque do gavião, o close da sucuri e tantas outras tomadas inusitadas. Em alguns animais percebe-se o adestramento em outros a curiosidade de como foi feito, quanto tempo se esperou, quanta paciência foi necessária para se suportar o desconforto, as intempéries da natureza, chuva todo dia, os perigos a que a equipe se expõs durante a filmagem é premente, isso dá outro documentário.

 
Amazonia é o registro dia após dia de um cotidiano sem igual, o cotidiano da selva, sem bandeira nem fronteira. As tomadas são estupendas, são de encher os olhos, existe poesia no caminhar de insetos. É a apresentação de um outro mundo com o intúito de fazê-lo conhecido para que possa ser respeitado e defendio, e essa mensagem fica bem clara durante a película toda, mas muito principalmente no final, de uma forma meio didático-pedagógica e que quebra um pouco o clima, mas que não compromete em nada o primor da película.
 
 
Uma produção em 3D com tomadas panópticas e superclose. Uma festa para os olhos, de uma fotografia excepcional. Pra quem gosta de explorar a natureza sem se molhar e sem ser picado por um inseto. (Abertura)#festivaldorio2013.
 


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